Na cerimônia de posse de Eduardo Bolsonaro como Secretário Nacional de Relações Institucionais e Internacionais do Partido Liberal (PL), o ex-presidente Jair Bolsonaro aproveitou a ocasião para alertar os parlamentares sobre o que considera ser uma nova ofensiva da esquerda para manipular o debate político. Ele disse que a proposta da PEC 6×1, que prevê a redução da jornada de trabalho, como uma tentativa do Partido dos Trabalhadores (PT) de repetir a estratégia utilizada nas eleições de 2002 para rotular adversários como “inimigos do trabalhador”.
Bolsonaro argumentou que a proposta em trâmite é mais um esforço para dividir a sociedade, colocando “empregado contra patrão”. Ele relembrou que, em 2002, o PT usou pautas trabalhistas para se projetar como defensor da classe trabalhadora, uma narrativa que, segundo ele, foi politicamente eficaz. O ex-presidente sugeriu que, diante dessa nova investida, os parlamentares do PL deveriam provocar o governo Lula com a proposta de um salário mínimo de R$ 10 mil, mencionando o que ele vê como o exagero de medidas populistas.
Dirigindo-se à própria base política, Bolsonaro criticou setores da direita que, em sua visão, adotam uma postura incoerente, ao rejeitar alianças com partidos de centro quando há necessidade. Ele classificou esses parlamentares como ‘intergalácticos’, sugerindo que sua busca por uma postura purista acaba por enfraquecer a atuação estratégica do PL. “É preciso jogar o jogo”, afirmou, defendendo uma abordagem pragmática para alcançar objetivos políticos.
O evento foi marcado por aclamações de “Volta, Bolsonaro” por parte dos presentes, em sua maioria apoiadores e integrantes do PL. Bolsonaro elogiou a atuação da legenda, afirmando que o PL “deixou de ser geleia” e agora ocupa uma posição de protagonismo, sobretudo entre o eleitorado feminino.