Nos últimos anos, a Marinha do Brasil tem se consolidado não apenas pelo seu poderio militar, mas pela habilidade de utilizar o Soft Power para alcançar objetivos institucionais e estratégicos. A influência, que se baseia em persuasão e construção de uma imagem positiva, ganhou força com a recente nomeação de Flávio Augusto da Silva como Embaixador de Comunicação Estratégica.
Nomeado em setembro de 2024, Flávio Augusto, um empresário de sucesso com grande alcance nas redes sociais, foi escolhido como uma ponte entre a Marinha e a sociedade. Mais que um porta-voz, ele atua como tradutor dos temas técnicos e estratégicos da instituição, facilitando o entendimento do público sobre a relevância das ações navais e a importância do mar para o Brasil.
A mudança de comunicação da Marinha reflete sua visão sobre a necessidade de se comunicar de maneira clara e acessível, algo reforçado no Plano Estratégico da Marinha (PEM 2040). O PEM 2040, elaborado em 2020, traça o rumo da instituição até 2040, abrangendo desafios não apenas militares, mas também em missões humanitárias, ambientais e de segurança pública. Com isso, a Marinha busca ampliar a participação pública, conscientizando sobre a relevância de suas atividades.
A escolha de Flávio Augusto representa o desejo de modernizar a comunicação e aproximar a instituição dos cidadãos. Com sua vasta audiência, ele contribui para aumentar a percepção sobre temas complexos, como a defesa da Amazônia Azul e a soberania nacional. A Força Naval entende que precisa do apoio da sociedade civil para garantir o respaldo necessário às suas operações.
O conceito de “mentalidade marítima”, defendido pelo Almirante de Esquadra Marcos Sampaio Olsen, busca inserir a cultura do mar no cotidiano brasileiro. Com um litoral extenso e vastas riquezas naturais, o país precisa reconhecer o mar como um pilar estratégico para seu desenvolvimento e segurança. Para isso, a comunicação acessível é essencial, e Flávio, com sua expertise em marketing e visão empresarial, desempenha um papel central na difusão dessa mentalidade, especialmente entre jovens e formadores de opinião.
Além disso, a parceria com Augusto sinaliza uma mudança no perfil dos embaixadores da Marinha. Antes voltada a um público mais técnico e restrito, agora a instituição busca alcançar camadas mais amplas da sociedade, utilizando Soft Power para construir uma narrativa baseada em confiança e reconhecimento público.
O esforço de renovação da imagem da Marinha conecta-se diretamente aos desafios descritos no PEM 2040. Em meio a ameaças à soberania como o narcotráfico e a pirataria, a instituição também precisa lidar com crises ambientais e humanitárias, como o derramamento de óleo em 2020 e as enchentes recentes no sul do país. A investida ampla requer uma comunicação eficaz e de fácil entendimento.
O Soft Power da Marinha não se limita à nomeação de um embaixador. O fortalecimento de seu poder naval, a modernização de sua esquadra e o treinamento contínuo de seus militares são pilares dessa estratégia. Contudo, o diferencial da Marinha hoje está na sua capacidade de se comunicar com transparência, reforçando seu papel não apenas como uma força de defesa, mas como um ativo de desenvolvimento nacional.