A disparada do dólar, agora em novembro, flerta com uma série de outras situações que o brasileiro já vem sentindo no bolso. Com o dólar batendo R$ 5,87, a poucos centavos da máxima histórica nominal de R$ 5,90, estamos vivendo uma alta que, desta vez, ocorre sem a motivação de uma pandemia.
E isso não é apenas uma questão de “alta de dólar”. No Brasil, é sinônimo de desvalorização do real, e o impacto chega direto às prateleiras. A arroba da carne, por exemplo, disparou e já faz o supermercado pesar no orçamento das famílias. O frango, que muitos consideram uma alternativa mais barata, também já está no terceiro mês de aumento consecutivo. Até a gasolina — que não deixa ninguém indiferente — já beira os R$ 6.
Nesse meio-tempo, o que vemos na TV? Representantes do governo bem vestidos, em imagens de alta qualidade, passando a mensagem de que o Brasil está melhorando. Mas a pergunta fica: melhorando para quem? A alta do dólar não é só para o mercado financeiro; ela chega no carrinho de compras, no combustível, no custo de vida.
Para a dona de casa, o aumento no dólar significa mais caro no mercado; produtos básicos encarecendo, a cada ida ao supermercado um susto novo. Para o trabalhador, isso pesa diretamente no bolso, em um cenário em que o custo de vida cresce mais rápido que o salário. E se alguém pensa em viajar, comprar eletrônicos ou até itens importados — como os queridinhos da SHEIN ou do AliExpress — esse dólar nas alturas torna tudo ainda mais inacessível.
É o efeito cascata, que não escolhe classe nem lugar: ele atinge todo mundo. Dois anos atrás, nas eleições gerais, prometeram amor em abundância. E a picanha prometida, chegou? A impressão é de que estamos na famosa situação: “nunca vi, nem comi, eu só ouço falar”. Fora da propaganda do PT, a realidade parece ser outra.