Os governadores de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo-MG), e de Santa Catarina, Jorginho Mello, decidiram não comparecer a uma reunião com o presidente Lula no Palácio do Planalto para debater a polêmica PEC da Segurança Pública.
Ambos discordam da proposta do governo federal, que prevê uma mudança radical na gestão da segurança ao dar mais poder ao Ministério da Justiça (MJ) e às Forças Nacionais. A emenda constitucional visa centralizar o controle das polícias militares e civis, hoje sob a alçada estadual, integrando as forças de segurança sob um comando mais direto da União.
Os dois governadores manifestaram descontentamento com o projeto, alegando que o governo federal ignorou as propostas apresentadas pelo Consórcio Integrado dos Estados do Sul e Sudeste (Cosud), do qual Minas Gerais e Santa Catarina fazem parte.
Zema e Mello defendem que a segurança pública é uma questão estadual e criticam a centralização proposta pelo Planalto. A expectativa era de que o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, desse atenção às pautas e demandas do Cosud, mas isso não ocorreu conforme esperado.
No caso de Jorginho Mello, o governador decidiu não ir a Brasília e, em seu lugar, enviou o secretário de Segurança Pública de Santa Catarina, que reforçou a posição de que a discussão deve respeitar a autonomia dos estados. Romeu Zema, seguindo a mesma linha, enviou o secretário adjunto de Segurança Pública, coronel BM Edgard Estevo, como seu representante.
O governador mineiro sustentou ainda que a PEC coloca em risco a efetividade da gestão estadual e que não abre mão da autonomia que lhe cabe na condução da segurança em Minas Gerais.