Desde o início de agosto de 2024, mais de 10,1 milhões de pessoas foram diretamente impactadas pelos incêndios florestais que se alastram por diversas regiões do Brasil há várias semanas. A Confederação Nacional dos Municípios (CNM) fez essa estimativa com base em informações fornecidas por prefeituras que decretaram situação de emergência devido aos incêndios nesse período.
Esse número ainda pode ser considerado pequeno, pois leva em conta apenas aqueles cidadãos que foram diretamente atingidos pelos incêndios, excluindo a população total dos municípios afetados. Entre os prejudicados, 987 pessoas precisaram deixar suas casas e agora estão abrigadas em locais provisórios ou na casa de parentes, conforme o Sistema Integrado de Informações sobre Desastres, ligado ao Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional.
Até a manhã desta sexta-feira (13), 531 municípios em todo o Brasil haviam declarado emergência por causa das queimadas desde o início de agosto. No entanto, o levantamento não inclui cidades que enfrentam focos de incêndio, mas não decretaram emergência, como é o caso da cidade de São Paulo.
A título de comparação, no mesmo período de 2023, apenas 3.800 pessoas, em 23 municípios, foram afetadas por queimadas, segundo a CNM. Isso significa que o número de pessoas impactadas neste ano é 2.500 vezes maior em comparação com o ano passado.
Em 2024, todas as regiões do Brasil registraram ao menos um município em situação de emergência por incêndios. A região Sul foi a menos afetada, com apenas Garuva, em Santa Catarina, nessa condição até a última terça-feira (10).
Em termos absolutos, Mato Grosso lidera o número de municípios em emergência, com 141 cidades nessa condição. Em seguida, estão Tocantins, com 139 municípios, e São Paulo, com 108.
O mapeamento da CNM mostra que estados como Acre, Tocantins, Rondônia e Mato Grosso estão quase inteiramente em situação de emergência devido às queimadas.
Comparando com o mesmo período de 2023, o número de municípios que decretaram emergência por incêndios aumentou 2.200%. As perdas financeiras causadas por essas queimadas somam R$ 1,1 bilhão, sendo que quase todo o prejuízo ocorreu após agosto.
Setores como agricultura, atendimento médico de emergência e pecuária estão entre os mais impactados financeiramente.
A área total queimada no último mês é de 56.516 km², ultrapassando o tamanho de cinco estados brasileiros (Sergipe, Alagoas, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Rio Grande do Norte).
Os números da CNM também revelam o crescimento significativo dos incêndios florestais. Até julho, cerca de 900 mil pessoas haviam sido afetadas pelos incêndios no Brasil. Em um mês e meio, esse número foi multiplicado por mais de dez vezes.