O presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, Elvis Amoroso, anunciou na segunda-feira (5) a entrega das atas de votação eleitorais ao Supremo Tribunal de Justiça (TSJ) do país. O CNE, juntamente com o TSJ, é controlado pela ditadura de Nicolás Maduro (Partido Socialista Unido da Venezuela, esquerda).
Na última sexta-feira (2), o CNE confirmou a reeleição de Maduro com 51,95% dos votos, mas não divulgou as atas eleitorais. A oposição, liderada por Edmundo González Urrutia (Plataforma Unitária Democrática, centro-direita), contesta o resultado, alegando fraude eleitoral.
Durante uma audiência televisionada, Amoroso afirmou: “Entregou-se tudo o que foi solicitado pelo máximo Tribunal da República”, sem fornecer mais detalhes. O TSJ solicitou ao CNE a entrega das atas de escrutínio das mesas eleitorais de todo o país, da ata de totalização final do processo eleitoral, da ata de julgamento e da proclamação das eleições.
A presidente do TSJ, Caryslia Rodríguez, confirmou o recebimento do material e informou que o tribunal investigará as acusações de fraude, com a apuração podendo durar até 15 dias. A princípio, o tribunal convocou Edmundo González e outros três candidatos da oposição para comparecer na quarta-feira (7).
A sessão com Maduro está marcada para sexta-feira (9). O objetivo é “a consolidação de todos os instrumentos eleitorais que se encontram em posse dos partidos políticos e dos candidatos”. Os citados deverão entregar a informação requerida e responder às perguntas.
Na última convocação, que ocorreu na sexta-feira (2), Edmundo González não compareceu para assinar o termo de aceite do resultado divulgado pelo CNE.