Aos 28 anos, Jordan Bardella tornou-se uma das lideranças mais poderosas da França, conhecido tanto por sua disciplina implacável quanto por sua estratégia meticulosa. Agora, vencedor das eleições europeias na França, Bardella agora mira o cargo de primeiro-ministro, uma posição ao alcance após as eleições legislativas antecipadas convocadas pelo presidente Emmanuel Macron.
Bardella, frequentemente chamado de “ciborgue” devido à sua precisão e método, é visto como uma máquina destinada a conquistar o poder. Sua imagem pública, cuidadosamente construída, o caracteriza como o “genro ideal” — um líder de direita conservador, mas inatacável. Bardella evita cuidadosamente declarações que possam ser usadas contra ele, protegendo-se de acusações de antidemocrático, homofóbico, xenófobo, racista ou fascista. Apesar das intensas críticas da imprensa, suas falas calculadas não oferecem brechas para desmoralizá-lo.
A trajetória de Bardella começou na periferia multicultural e operária de Paris, em Seine-Saint-Denis, a província mais pobre da França, com a maior concentração de imigrantes e a população mais jovem. Filho de pais divorciados de origem italiana, ele cresceu em um ambiente onde o tráfico de drogas e o islamismo eram prevalentes, enfrentando dificuldades financeiras ao lado da mãe. Bardella, como ele mesmo diz, assume esses temas com prioridade, como questões de lei, ordem e políticas de imigração mais restritivas.
Aos 23 anos, Bardella tornou-se eurodeputado e, aos 27, assumiu a presidência do partido Reunião Nacional (RN), tornando-se o braço direito de Marine Le Pen. Desde então, ele se tornou o rosto de um partido que se aproxima de se tornar a principal força política da França. Sua liderança promete uma nova era para o RN, uma transformação que agrada sem assustar.
Com a convocação das eleições legislativas antecipadas por Macron, marcadas para 30 de junho e 7 de julho, Bardella foi escolhido como o potencial chefe do governo, caso o RN prevaleça na Assembleia Nacional. A vitória retumbante de sua lista nas eleições europeias sinaliza um apoio crescente à direita, especialmente entre os jovens eleitores, que anteriormente impulsionaram vitórias inéditas para grupos de esquerda.