O ex-CEO da Americanas, Miguel Gutierrez, foi preso nesta sexta-feira (28) em Madri, na Espanha, pela polícia local. A prisão ocorreu após a emissão de um mandado pela Justiça brasileira na quinta-feira (27).
Segundo investigações da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público Federal (MPF), Gutierrez é suspeito de envolvimento em fraudes no balanço da companhia, atuando “desde o seu planejamento até a publicação dos resultados”. A prisão foi comunicada à PF nesta manhã.
Gutierrez, que tem cidadania espanhola e estava no país desde o ano passado, teve seu nome incluído na lista de foragidos internacionais da Interpol. De acordo com a PF, o ex-CEO tentou proteger seu patrimônio antes da descoberta da fraude na Americanas, transferindo imóveis e valores para familiares e enviando dinheiro para paraísos fiscais.
A operação que levou à prisão de Gutierrez, denominada Operação Disclosure, foi deflagrada na quinta-feira (27) e visou 14 investigados. A PF, em seu pedido de prisão e busca e apreensão, afirmou que a alta cúpula da Americanas “não mediu esforços para enganar o mercado financeiro” por meio de fraudes contábeis que escondiam resultados negativos e garantiam lucros aos diretores. As fraudes incluíam falsificação de documentos e planilhas, ocultação de dívidas bancárias e criação de créditos inexistentes na contabilidade da empresa.
Além de Gutierrez, a ex-diretora Anna Christina Ramos Saicali também foi alvo de mandado de prisão. Enquanto Gutierrez foi localizado na Espanha, Saicali permanece em Portugal. Ambos estão na lista de Difusão Vermelha da Interpol. A defesa de Gutierrez nega seu envolvimento nas fraudes.