A juíza Ludmila Lins Grilo, que se declarou exilada nos Estados Unidos em janeiro deste ano, reapareceu nesta sexta-feira (21) em uma foto ao lado de Chris Smith, presidente do Comitê Global de Direitos Humanos na Câmara dos Estados Unidos. Grilo tornou-se alvo de investigações conduzidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) após opinar sobre denúncias de estupro que estariam sendo emplacadas no judiciário sem provas apresentação de provas. As indagações resultaram em sua aposentadoria compulsória.
Com a crescente polarização política no Brasil, Ludmila foi alvo de ataques e ameaças por parte da extrema esquerda, além de ter sido banida das redes sociais por ordem do STF, dificultando sua comunicação pública. Em janeiro, a magistrada divulgou que havia mantido sua residência nos EUA em segredo por mais de um ano para organizar documentos, revelando ser oficialmente uma juíza brasileira em asilo político.
Durante o período em que se instalou nos Estados Unidos, Ludmila continuou suas atividades judiciais remotamente. “Sofri calada todo tipo de difamação quanto à minha conduta profissional”, desabafou. Em 2022, ela passou a ser investigada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, por suas declarações políticas e críticas ao inquérito das chamadas ‘fake news’. Grilo afirmou que levaria todas as ações “envolvendo atos persecutórios” praticados pelo STF, especialmente por Moraes, além do CNJ e TJMG, às autoridades americanas e à Corte Interamericana de Direitos Humanos.
Nesta sexta, ela fez uma aparição ao lado de Chris Smith. “Enquanto uns têm apenas a força bruta, animalesca, outros têm a inteligência, a resiliência, o talento, a paciência, a sagacidade e a ousadia. O deputado Chris Smith é nosso aliado contra a ditadura de Moraes e do STF. Hoje, após longo processo de exposição da ditadura brasileira para os americanos, mais um passo foi dado: um documento formal foi enviado do Congresso americano para Moraes, Barroso, Carmen Lúcia, Rodrigo Pacheco e Arthur Lira, com questionamentos claros a respeito da ocorrência de censura no Brasil, e da eventual colaboração de agências americanas com a ditadura brasileira. Uma ditadura não cai do dia pra noite. Aguardem os próximos passos”, escreveu ela no X/Twitter.
Como noticiou o Conexão Política, Smith notificou diversas autoridades brasileiras, incluindo o ministro Alexandre de Moraes, a presidente do STF, Carmén Lúcia, e outros líderes políticos, sobre denúncias de violações de direitos humanos e perseguição política no Brasil. Ele estabeleceu um prazo de uma semana para que Moraes responda às questões levantadas. O documento apresenta sete pontos e evidencia possíveis sanções que podem ser aplicadas contra o Brasil a qualquer momento, e que poderiam afetar as relações bilaterais entre os dois países. Entre as acusações sustentar por Smith estão alegações de perseguição política a opositores do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), apontando uso do sistema judiciário para fins políticos.