Em uma semana de reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) para discutir a taxa de juros brasileira, o Boletim Focus revela que a expectativa por um corte na Selic diminuiu no mercado financeiro. O relatório do Banco Central (BC) desta segunda-feira (17) indica que a perspectiva do setor é de uma taxa de 10,50% para o ano, comparada a uma previsão de 10,25% na semana passada. Leia a íntegra da pesquisa.
O dado reflete a percepção de bancos e instituições financeiras consultados pelo Drive/Poder360. O principal motivo para a expectativa de manutenção da Selic, atualmente em 10,50%, é a inflação corrente mais alta e a previsão de aumento do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) no longo prazo.
O levantamento do BC também mostra uma perspectiva de inflação de 3,96%, um aumento de 0,06 pontos percentuais em comparação com a semana anterior. A previsão para o câmbio passou de R$ 5,05 para R$ 5,13.
O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estabeleceu, em junho de 2023, uma meta de inflação contínua de 3%, com um intervalo de tolerância de 1,5% a 4,5%. Em 22 de maio deste ano, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, descreveu a meta como “exigentíssima”.
Na sexta-feira (7), Haddad afirmou que o governo manterá a meta neste patamar. No entanto, as estimativas mostram uma tendência de afastamento da inflação da meta estabelecida.
Os números terão uma influência importante na decisão do Copom, que delibera sobre a nova taxa de juros do país na quarta-feira (19). Se o colegiado optar por manter a Selic no patamar atual, o Banco Central encerrará um ciclo de cortes que durou 10 meses.
Os economistas consultados pelo BC também reduziram a previsão de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) para o ano, ajustando a estimativa de 2,09% para 2,08%.
O Boletim Focus é publicado semanalmente e, desde 2000, resume as estimativas estatísticas de analistas consultados pela autoridade monetária. As instituições consultadas podem ser conhecidas aqui.