O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, declarou nesta sexta-feira (14) que os bancos brasileiros apoiam institucionalmente o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em sua capacidade de cumprir as metas fiscais e o novo arcabouço fiscal.
A manifestação do setor bancário ocorreu um dia após o ministro anunciar que o governo revisará os gastos públicos e buscará a colaboração do Congresso para compensar a arrecadação perdida com a desoneração da folha de pagamentos.
“Nós aproveitamos a oportunidade, considerando também as circunstâncias e os últimos acontecimentos, de ruídos de tensionamentos sobre as discussões a respeito do cumprimento das metas fiscais, do arcabouço fiscal. Nós estivemos aqui para reafirmar o apoio institucional do setor bancário ao ministro da Economia”, afirmou Sidney após uma reunião com Haddad e representantes dos bancos Itaú, Bradesco, Santander e BTG Pactual.
O elogio de Isaac Sidney a Haddad também ocorreu no mesmo dia em que ele afirmou, em uma entrevista ao Estadão, que o ajuste fiscal do governo havia colapsado pelo lado da arrecadação de receita.
Sidney mencionou que os bancos saíram do encontro com Haddad “convencidos” de que ele está determinado a buscar o equilíbrio das contas públicas, além de estarem “convencidos de uma disposição firme que ele tem para fazer o diálogo dentro do próprio governo”.
“Para expandir esse diálogo para o Congresso Nacional, que é um poder fundamental nessa equação de busca do equilíbrio fiscal e também na interlocução que ele tem feito com o empresariado”, destacou Sidney.
O encontro de Haddad com os bancos ocorreu poucos dias após o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), devolver ao governo a medida provisória que restringia o uso de créditos de PIS/Cofins para aumentar a arrecadação – aproximadamente R$ 29 bilhões – impactando principalmente o agronegócio e os exportadores, incluindo o setor de combustíveis.
Haddad declarou que o governo não possuía um “plano B” para compensar a desoneração e mencionou que esperava uma solução do Congresso, que foi quem aprovou a medida para os 17 setores que mais empregam na economia.
Em consequência, o dólar disparou até que o ministro, junto com Simone Tebet (Planejamento e Orçamento), anunciou publicamente que intensificariam os estudos internos para cortar gastos do governo. A ministra declarou que, entre as despesas, pode ser revista inclusive a aposentadoria dos militares.