O G7 chegou a um acordo provisório nesta quinta-feira (13) para conceder à Ucrânia um empréstimo financiado com juros gerados pelos ativos do Banco Central da Rússia que estão congelados na União Europeia (UE), especialmente na Bélgica.
A informação foi confirmada à Agência EFE por duas fontes, uma europeia e outra familiarizada com as deliberações do grupo dos sete países mais industrializados do mundo.
Uma das fontes destacou que o empréstimo rondaria os 46 bilhões de euros, enquanto outra fonte do Palácio do Eliseu (sede da presidência da França) declarou nesta quarta-feira que o valor seria de 50 bilhões.
Segundo as fontes, os negociadores dos países, conhecidos como “sherpas”, chegaram a um acordo provisório que ainda precisa de aprovação formal de cada um dos líderes, mas não se espera nenhum bloqueio.
O acordo final deverá ser anunciado ainda nesta quinta-feira (13), quando o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, participar de uma sessão específica sobre a Ucrânia durante a cúpula que acontece na região da Apúlia, no sul da Itália.
A declaração final da cúpula do G7, prevista para ser publicada nesta sexta-feira (14) após a sessão de encerramento, incluirá o acordo sobre o empréstimo à Ucrânia, com o objetivo de que os fundos cheguem ao país “antes do final do ano”, segundo um extrato do rascunho visto pela EFE.
De acordo com o rascunho, o G7 se compromete coletivamente a fornecer financiamento para o fundo de Kiev, denominado “Empréstimos de Aceleração Extraordinária de Receitas (EPA) para a Ucrânia”.
Fontes familiarizadas com as deliberações do G7 informaram que os Estados Unidos fornecerão a maior parte dos fundos para o empréstimo, utilizando como garantia os juros futuros gerados pelos ativos russos bloqueados na Europa.
Atualmente, estão congelados 260 bilhões de euros de fundos do Banco Central russo em todo o mundo, a maior parte na União Europeia e especialmente na Bélgica, bloqueados após a invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022.
Os 260 bilhões de euros de ativos russos congelados geram cerca de 3 bilhões de euros por ano em lucros, mas esse montante é insuficiente para sustentar Kiev, cobrindo apenas um mês das necessidades financeiras do governo ucraniano.
Por essa razão, o G7 decidiu usar os juros futuros como garantia para um empréstimo à Ucrânia, financiado principalmente pelos Estados Unidos, visando ajudar Zelensky a reconstruir o país e adquirir mais armas.
Os membros do G7 e outros países interessados poderão complementar este fundo com suas próprias contribuições, segundo a fonte do Eliseu que falou ontem à imprensa.