Os EUA anunciaram nesta quarta-feira (12) sanções contra mais de 300 pessoas e entidades, tanto na Rússia quanto em outros países. A medida inclui empresas chinesas acusadas de vender chips a Moscou, usados na fabricação de armas para a guerra na Ucrânia.
O anúncio abrange entidades e indivíduos na Ásia, Oriente Médio, Europa, África, Ásia Central e Caribe, e foi feito às vésperas da cúpula do G7 na região de Apúlia, no sul da Itália. A guerra na Ucrânia será um dos temas principais do encontro.
As sanções visam cortar o financiamento do setor bélico da Rússia e impedir que o Kremlin drible as sanções impostas por Washington e seus aliados após a invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022, informaram os Departamentos de Estado e do Tesouro em comunicados.
Em um dos comunicados, a secretária do Tesouro, Janet Yellen, afirmou que as novas sanções deixam a economia russa ainda mais “desesperada” para acessar o mercado internacional.
O foco dessas novas medidas é a expansão das chamadas sanções “secundárias”, permitindo aos Estados Unidos colocar na lista negra qualquer entidade que faça negócios com empresas russas já sancionadas.
Esse movimento visa desencorajar entidades financeiras, especialmente na China, de fornecer apoio financeiro aos esforços de guerra da Rússia.
O Departamento do Tesouro dos EUA também impôs restrições à bolsa de valores de Moscou, visando impedir que investidores estrangeiros financiem empresas russas no setor de defesa.
Além disso, as sanções atingem várias empresas chinesas, acusadas por Washington de vender chips à Rússia e ajudar o Kremlin a obter equipamentos militares críticos para a guerra na Ucrânia, como drones e lasers.
Esses chips são um componente essencial das sanções, pois, segundo Washington, a Rússia ainda consegue obter chips de países terceiros e os utiliza para fabricar mísseis e outras armas, apesar dos esforços ocidentais para limitar o acesso de Moscou às tecnologias que sustentam seu esforço de guerra.
Outras sanções visam empresas “envolvidas no desenvolvimento da futura capacidade de produção e exportação de energia, metais e mineração da Rússia”, conforme detalhado pelo secretário de Estado, Antony Blinken, em um dos comunicados.
Embora essas medidas ampliem o regime de sanções dos Estados Unidos contra a Rússia, até agora o governo de Joe Biden não aplicou sanções diretamente aos bancos chineses ou europeus suspeitos de estarem financiando a máquina de guerra russa.