O Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) de El Salvador anunciou o fechamento de dois partidos políticos devido à falta de apoio popular: o Nosso Tempo (de orientação mais à direita) e o Mudança Democrática (de esquerda).
O TSE explicou que os dois partidos não conseguiram atingir o número de votos exigido pela Lei Nacional dos Partidos Políticos nas últimas eleições presidenciais e legislativas, o que motivou a decisão.
Segundo a legislação, a anulação de um partido ocorre “quando um partido político não obtém 50 mil votos válidos a seu favor” e não alcança ao menos uma cadeira na Assembleia Legislativa.
Nas eleições legislativas, o partido Nosso Tempo recebeu 41.060 votos, representando 1,32% dos votos válidos, enquanto Mudança Democrática obteve 12.165 votos, equivalentes a 0,39%. Nenhum dos dois partidos conseguiu conquistar assentos na nova legislatura que começou em 1º de maio e vai até 30 de abril de 2027. Essa nova legislatura é dominada por aliados de Nayib Bukele, que foi reeleito presidente.
O partido Novas Ideias, ao qual Bukele pertence, recebeu 2,2 milhões de votos e obteve 54 das 60 cadeiras, em conjunto com seus aliados, o Partido da Concertação Nacional (PCN) e o Partido Democrata Cristão (PDC), que, juntos, conseguiram três cadeiras.
A Aliança Republicana Nacionalista de direita (Arena) conquistou dois assentos na Assembleia, enquanto o partido VAMOS conseguiu eleger um deputado. Já a Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional (FMLN), de esquerda, que governou El Salvador entre 2009 e 2019, não obteve nenhuma cadeira.
Andy Failer, presidente do partido Nosso Tempo, criticou a decisão do Tribunal Supremo Eleitoral nas redes sociais, classificando-a como “uma resolução infeliz”. “O Tribunal Supremo Eleitoral nos notificou da resolução final com a qual, infelizmente, decidiram cancelar Nosso Tempo”, afirmou Failer.