A Polícia Federal (PF) deflagrou uma força-tarefa autorizada pela Justiça na manhã desta quarta-feira (12) para cumprir 45 mandados de busca e apreensão e 7 de prisão preventiva relacionados ao desvio de recursos públicos do fundo eleitoral.
Eurípedes Júnior, presidente nacional do Solidariedade, é o principal alvo da operação. O político, que também liderou o Partido Republicano da Ordem Social (Pros) antes da fusão com o Solidariedade em 2023, tem um mandado de prisão preventiva emitido contra ele.
A PF está realizando buscas para encontrar o cacique partidário, com mandados sendo cumpridos no Distrito Federal, Goiás e São Paulo, em endereços ligados a ele e ao Solidariedade.
Em Brasília, quatro ex-candidatos a deputados distritais pelo Pros também são alvo de buscas. A PF indica que essas candidaturas foram fraudulentas, usadas para receber recursos do fundo partidário. Em uma dessas candidaturas fraudulentas, houve um repasse de R$ 2 milhões e em outra, R$ 1,5 milhão. O total de desvio atribuído a Eurípedes Júnior é de R$ 36 milhões, mas os investigadores acreditam que esse número pode ser ainda maior.
As fraudes, segundo a PF, ocorreram entre 2019 e o ano passado. A tesoureira do Pros na época também é alvo da operação.
A PF também alega que Eurípedes Júnior comprou um helicóptero para uso pessoal com dinheiro desviado do fundo eleitoral. Em 2015, a aeronave foi adquirida por R$ 2,4 milhões, cerca de R$ 5 milhões em valores atuais. O helicóptero, um Robinson R66 Turbine, junto com imóveis e outros veículos, faz parte das aquisições irregulares feitas pelo partido durante a gestão de Eurípedes Júnior, de acordo com as investigações. Ele usava o helicóptero para se deslocar de Planaltina (GO), onde reside, até a sede do partido em Brasília (DF).
A PF também suspeita que o político desviou maquinários de obras para uso pessoal. Ele é investigado por organização criminosa, lavagem de dinheiro, furto e outros crimes eleitorais.
O Conexão Política está tentando contato com a defesa de Eurípedes Júnior para comentar sobre a operação e aguarda um retorno. Através de nota, o Solidariedade declarou que “são fatos ocorridos antes da união do Pros com o Solidariedade” e disse estar “tomando pé da situação”, motivo pelo qual “ainda não temos uma posição sobre os fatos”.