O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, fez um apelo por um pacto entre as líderes da direita na Europa: Giorgia Meloni, primeira-ministra da Itália, e Marine Le Pen, deputada francesa, que concorrem às eleições para o Parlamento Europeu por diferentes grupos políticos. O objetivo, segundo o líder húngaro, é alterar o equilíbrio de forças no Parlamento de Bruxelas.
“Esta Comissão Europeia fracassou na agricultura, na guerra, na imigração e na economia. Agora deve sair”, declarou Orbán em uma entrevista ao jornal italiano Il Giornale. Ele também pediu uma maior cooperação entre os partidos da direita, considerando o momento uma “oportunidade histórica para mudar a maioria” no Parlamento.
“Os partidos de direita devem colaborar; estamos nas mãos de duas mulheres que devem chegar a um acordo”, disse Orbán, referindo-se à Meloni, líder dos Irmãos da Itália, e à Le Pen, líder do Reagrupamento Nacional na França. Ambas pertencem a forças da direita, mas estão presentes no Parlamento Europeu em dois conglomerados partidários diferentes.
Giorgia Meloni, favorita para vencer as eleições na Itália, concorre com o grupo dos Conservadores e Reformistas Europeus (ECR), enquanto Marine Le Pen participa com o grupo Identidade e Democracia (ID). Viktor Orbán, apesar de ser um aliado ideológico de ambas, não está vinculado a nenhum grupo no Parlamento Europeu.
Orbán garantiu na entrevista que seu partido, o Fidesz, tem interesse em aderir ao ECR. “Queremos aderir ao ECR, mesmo sabendo que há questões que nos podem separar de alguns partidos que dele fazem parte, a começar pela visão sobre a guerra na Ucrânia”, observou o mandatário húngaro. Ele levantou a possibilidade de essa adesão criar “um novo grande grupo europeu de direita”.
Orbán também criticou a gestão da última legislatura da UE, acusando as instituições europeias de usarem “ferramentas de chantagem” contra países como a Hungria, que ele alegou ter sido vítima da imposição de “políticas de gênero e imigração”.
“É uma questão política, o respeito pelo Estado de direito não tem nada a ver com isso. Resistimos, temos estratégias para defender a nossa soberania”, acrescentou Orbán, destacando que sua luta “é contra o federalismo de Bruxelas”.