A decisão unânime do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de não cassar o senador Sergio Moro (União-SC) fortaleceu a confiança dos apoiadores do senador Jorge Seif (PL-SC) quanto à manutenção de seu mandato.
Aliados de Seif avaliam que o TSE adotou um julgamento técnico no caso de Moro, uma tendência que pode se repetir para Seif. Interlocutores interpretam que o tribunal buscou pacificar e evitar acusações de decisões políticas.
Assim como Moro, Seif enfrenta acusações de abuso de poder econômico nas eleições de 2022, mas também foi absolvido pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de seu estado.
Os recursos contra a absolvição de Seif devem ser julgados novamente pelo TSE a partir de junho, quando Cármen Lúcia assumirá a presidência do tribunal, substituindo Alexandre de Moraes após sua gestão de dois anos.
No dia 30 de abril, o TSE suspendeu o julgamento do processo de Seif para permitir uma nova coleta de provas. A sugestão de novas diligências foi feita pelo relator, ministro Floriano de Azevedo Marques, e aprovada por seis votos a um.
Essa nova coleta de provas busca esclarecer o uso de aeronaves da empresa Havan em benefício de Seif. Este é um dos pontos de disputa entre acusação e defesa. Aeroportos e aeródromos de cidades catarinenses mencionadas no processo deverão informar decolagens e aterrissagens durante a campanha eleitoral de 2022.
O recurso contra Seif foi apresentado pela coligação dos partidos Patriota, PSD e União Brasil. Após a decisão do TSE de buscar novas provas, o senador declarou à CNN que não há irregularidades e que não encontrarão “pêlo em ovo” contra ele.