Clarice Coppetti foi nomeada presidente interina da Petrobras pelo conselho de administração, ocupando o cargo até a eleição e posse do sucessor de Jean Paul Prates, que foi demitido por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na terça-feira (14). Magda Chambriard, indicada pelo governo Lula para a presidência, ainda será avaliada antes de assumir definitivamente.
O novo presidente da maior empresa estatal do Brasil enfrentará desafios significativos, mas terá uma compensação salarial substancial. De acordo com a página de transparência da empresa, o salário do CEO é de R$ 133.149,57, totalizando um ganho bruto anual de R$ 1.597.794,84.
Além do salário, a remuneração do presidente inclui gratificação de férias, gratificação natalina, Programa de Prêmio por Performance (PPP) e outros benefícios adicionais.
Além do presidente, a Petrobras conta com um grupo no alto escalão formado pelos membros do Conselho de Administração, que desempenham um papel crucial em decisões estratégicas, incluindo a distribuição ou não de dividendos extras.
Segundo o site de Relacionamento com o Investidor da empresa, o Conselho de Administração é composto por um mínimo de sete e um máximo de onze membros. Estes são eleitos em Assembleia Geral de Acionistas para mandatos de até dois anos, sendo permitidas até três reeleições consecutivas.
A empresa também possui um Conselho Fiscal, formado por cinco membros com mandatos de um ano, também permitindo reeleições. Este conselho inclui um membro indicado pelos acionistas minoritários, um pelos titulares de ações preferenciais, e três pela União, com um deles indicado pelo Ministro da Economia como representante do Tesouro Nacional.
Um conselheiro da Petrobras recebe um salário mensal de R$ 126.809,10, de acordo com a tabela divulgada pela empresa. Eles também têm direito aos benefícios previstos para os administradores da estatal, assim como o presidente.
Dividendos e tensão com o governo Lula
Na última terça-feira (14), o presidente Lula desligou Jean Paul Prates do cargo de presidente da Petrobras, que estava à frente desde o início do governo Lula. Essa decisão ocorreu um mês após a empresa distribuir metade dos dividendos extraordinários, uma medida que contou com o apoio tanto de Prates quanto do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Entretanto, a questão da distribuição dos dividendos extras, que são parcelas do lucro repassadas aos acionistas, provocou um conflito entre Prates e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. A tensão teve início em março deste ano, após uma decisão do conselho de administração da Petrobras de não liberar a totalidade dos recursos, culminando na saída de Prates da companhia.
Naquela ocasião, o conselho de administração da Petrobras decidiu reter R$ 43 bilhões em dividendos extraordinários em uma conta de reserva. O então presidente da estatal, Jean Paul Prates, defendia a distribuição de parte desses recursos aos acionistas como dividendos extras. Por outro lado, Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia, e Rui Costa, ministro da Casa Civil, posicionaram-se a favor da retenção total dos dividendos, gerando um conflito significativo entre Prates e os ministros.
Apesar das divergências internas, em 25 de abril, a Assembleia Geral Ordinária (AGO) da Petrobras aprovou a distribuição de metade dos dividendos extras, seguindo uma decisão intermediária em relação às propostas em debate.