Nos próximos dias, a administração do governador Tarcísio de Freitas vai divulgar os detalhes do plano de desestatização da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), a maior empresa estatal estadual do Brasil.
De acordo com informações obtidas pelo Conexão Política, serão fornecidos dados sobre a quantidade de ações a serem disponibilizadas para venda pelo governo de São Paulo, o valor total da empresa (valuation) e a redução percentual prometida nas tarifas de água durante o processo de privatização.
Antes do anúncio público, porém, o Conselho Diretor do Programa de Desestatização precisa aprovar o plano, prevendo-se, por isso, uma coletiva de imprensa entre os dias 10 e 17 de abril para revelar esses detalhes. A expectativa é de que o leilão de privatização seja agendado para o mês de julho.
Em entrevista à revista Exame, Natália Resende, secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística de São Paulo, mencionou que o governo planeja manter uma participação acionária entre 15% e 30% após a privatização, com poder de veto no conselho da empresa, mantendo-se assim como um dos maiores acionistas. Atualmente, o estado detém 50,3% das ações da companhia. A modelagem do plano deverá esclarecer se o governo terá um acionista de referência, um dos objetivos da gestão estadual.
No evento do Bradesco BBI na última quarta (3), o CEO da Aegea, Radamés Casseb, revelou planos de adquirir pelo menos 15% das ações da Sabesp. Ele indicou que a empresa está formando um consórcio com fundos de investimento para se tornar o acionista principal da Sabesp. Com a aproximação da oferta de privatização, as ações da Sabesp têm se valorizado. Na sexta-feira (5), o valor das ações da companhia fechou em R$ 84. Analistas do Citi aumentaram o preço-alvo das ações da empresa de R$ 84 para R$ 97 em seu relatório mais recente.