Em um gesto para tentar minimizar sua imagem negativa na imprensa internacional e enfrentar críticas e queda na popularidade, o presidente Lula classificou como ‘grave’ o impedimento de Corina Yoris de registrar sua candidatura às eleições presidenciais na Venezuela.
Corina faz parte de um grupo de oposição a Nicolás Maduro, com quem Lula mantém afinidades políticas. O petista disse expressar surpresa com a decisão, alegando que a candidata não foi proibida pela Justiça, mas sim encontrou obstáculos ao tentar registrar sua candidatura.
No entanto, a postura de Lula em supostamente sinalizar positivamente em torno da candidatura de Corina contrasta com o fato de ele ignorar o impedimento de seu principal adversário político no Brasil, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), de disputar as eleições. Embora Bolsonaro seja frequentemente associado a uma série de acusações e denúncias, muitas delas não resultaram em provas concretas, levando ao arquivamento de mais de 100 ações contra ele até o segundo semestre de 2022.
Essas acusações, muitas vezes desprovidas de fundamentação concreta e baseadas em narrativas inflamadas por opositores, incluem temas como a conduta durante a pandemia, ataques às instituições e uso indevido da máquina pública. No entanto, nenhum dos casos envolveu crimes de corrupção, o que é incomum para políticos brasileiros, especialmente ex-presidentes.
A inelegibilidade de Bolsonaro foi determinada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) devido a uma reunião com embaixadores em 2022, na qual criticou o sistema eleitoral brasileiro. Comparativamente, Fernando Collor de Mello foi declarado inelegível pelo Senado em 1992 após renunciar em meio a acusações de corrupção, enquanto Lula enfrentou condenações por corrupção e lavagem de dinheiro, embora seus processos tenham sido anulados posteriormente pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Bolsonaro, no entanto, tornou-se protagonista inelegível em ações, acusações, denúncias e investigações não por corrupção.