O senador Sérgio Moro (União-PR) tem enfrentado cobranças de sua base eleitoral devido à sua suposta ausência em movimentos da oposição no exterior, que têm denunciado abusos do Supremo Tribunal Federal (STF). Enquanto outros políticos de direita marcaram presença em eventos internacionais, o nome de Moro não foi associado a tais iniciativas, gerando críticas e questionamentos por parte de seus eleitores. O ex-magistrado também não esteve presente no ‘Ato Pela Liberdade’, que reuniu 750 mil pessoas na Avenida Paulista (SP).
A falta de posicionamento tem sido interpretada como um ato de covardia e omissão diante das tensões que têm cercado seu mandato nos últimos meses. O momento é crucial para Moro, uma vez que o Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) está prestes a iniciar o julgamento que discutirá a cassação de seu mandato, sob acusações de abuso de poder econômico e caixa dois. Se condenado, além de perder o mandato, Moro pode ficar inelegível até 2030, o que abriria caminho para uma nova eleição suplementar no Paraná.
Com a possibilidade de cassação, partidos como PT, PL, União Brasil e PP já começaram a movimentar-se para escolher candidatos em caso de novo pleito. Além disso, a transferência do título eleitoral da esposa de Moro, a deputada federal Rosângela Moro (União-SP), para o Paraná, sugere que ela pode ser uma alternativa para herdar o capital político do marido, caso ele seja cassado.
Entre os possíveis candidatos, o jornalista Paulo Martins, derrotado por Moro nas últimas eleições, desponta como um dos favoritos do PL. Martins, que já manifestou interesse em concorrer novamente ao Senado, perdeu para Moro por uma margem considerável, mas pretende se lançar novamente caso a cassação do mandato do ex-juiz se concretize.