A Ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara (PSol), abordou as dificuldades enfrentadas no combate à crise humanitária na Terra Indígena (T.I.) Yanomami e adiantou que a resolução do problema não será alcançada no decorrer deste ano. A declaração foi feita durante uma transmissão ao vivo nas redes sociais da pasta.
“Para quem não conhece o território, é importante entender a complexidade da situação. E não pensar: ‘Passado um ano, não se deu conta’. Ou: ‘Ah, em um ano vai resolver’. Não resolvem e, possivelmente, não se resolverá em toda a sua dimensão em 2024”, afirmou a ministra.
O Ministério dos Povos Indígenas tem sido alvo de críticas em relação às ações implementadas na T.I. Yanomami e à demora na retirada de garimpeiros ilegais de dentro do território protegido.
“Devido à toda a complexidade, as ações realizadas até agora não foram suficientes para restabelecer tudo o que precisa. Esse tempo de um ano é para medir e avaliar. Assim como foram décadas de invasão para chegar a este ponto, podem levar décadas para restabelecer tudo”, emendou Guajajara.
Apesar das declarações da ministra, é importante destacar que, durante a oposição ao governo Bolsonaro, o atual presidente Lula e seus aliados adotaram um tom diferente em relação à crise na T.I. Yanomami. Antes de assumirem o poder, responsabilizavam diretamente a gestão federal, lançando uma série de acusações e politizando o tema, explorando questões como impeachment e até criminalização, levando o caso para os tribunais brasileiros e internacionais, como se o governo brasileiro estivesse praticando propositalmente um genocídio contra os povos indígenas.
Agora, no entanto, o tom adotado é outro, alegando que a Terra Yanomami é cercada por complexidades e que são necessárias políticas bem estruturadas para fornecer ao local o devido controle e qualidade de vida.