O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está avaliando a possibilidade de oferecer apoio diplomático do Brasil à denúncia apresentada pela África do Sul contra Israel em 29 de dezembro de 2023 na Corte Internacional de Justiça (CIJ). A acusação sul-africana alega que Israel está praticando “genocídio contra o povo palestino” na Faixa de Gaza. O embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben, discutiu essa iniciativa com Lula durante uma reunião no Palácio do Planalto nesta quarta-feira (10) e solicitou o respaldo do petista.
Desde o início da guerra em 7 de outubro de 2023, figuras ligadas à Palestina afirmam que os ataques de Israel ao enclave palestino resultaram em mais de 22 mil mortes, o que é desmentido pelo Estado judeu. Lula, por sua vez, também já comparou a situação em Gaza a um genocídio, destacando que a ação do grupo terrorista Hamas “não justifica” a morte de civis. O chefe do Executivo também chamou de “insanidade” o desejo do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, de esvaziar a Faixa de Gaza.
A Corte Internacional de Justiça, composta por 15 juízes de diferentes países, é o principal órgão judicial da Organização das Nações Unidas (ONU), responsável por resolver disputas entre os estados. O Brasil é representado na CIJ pelo jurista Leonardo Nemer Caldeira Brant até fevereiro de 2027. No entanto, é importante observar que, apesar do peso político, as decisões nem sempre são integralmente seguidas, como exemplificado pela ordem não cumprida pela Rússia em março de 2022 para suspender imediatamente sua investida militar na Ucrânia.