De acordo com ex-ministro das Comunicações do governo Lula, e ex-deputado federal Miro Teixeira, o país não esteve à beira de um risco de golpe nos atos do 8 de janeiro, momento em que ocorreu a invasão às sedes dos Três Poderes. Ele enquadra o episódio daquele dia como ‘balbúrdia’.
“Digamos que aquela balbúrdia se transformasse em golpe. Por absurdo, Lula seria retirado do poder, assim como [Geraldo] Alckmin, [Arthur] Lira, [Rodrigo] Pacheco, seus sucessores. Veja como tenho razões para dizer que a democracia não esteve ameaçada: precisaria de um passo seguinte, que é declarar a vacância da Presidência. Quem faria isso? Não há um nome”, externou em entrevista ao site Poder360.
Miro também descarta que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) seja enquadrado como ‘líder’ desse movimento, alegando que, se existisse de fato uma possibilidade de golpe, ocorreria durante a gestão do direitista, e não fora dela.
“Não se sabe sequer se Bolsonaro seria do paladar de uma cúpula militar. E aí [se fosse] teriam feito [o golpe] enquanto ele era presidente. Seria a manutenção do poder. Em janeiro, já não mais. Se houvesse golpe, não seria para entregar o poder a ele”, disse.
Por outro lado, o político avalia que havia conspiradores nas Forças Armadas, mas que ainda não houve a devida exposição dessas figuras. Ao embasar sua alegação, ele menciona os acampamentos em frente a quartéis e uma suposta complacência dos militares ao dar amparo aos acampados.
“Acampamentos em frente a quartéis não são naturais ou democráticos. Saem da livre expressão e entram no campo da conspiração. Tenta um comunista fazer o mesmo com bandeiras de foice e martelo… Isso deveria ter sido desfeito pelos comandantes militares. O que resta é o grande enigma. Quem é o comandante político ou militar dos atos?”, questionou o ex-deputado.
Além disso, ele frisou que houve falhas graves na segurança. “É grave Lula ter sido surpreendido pelos atos. Um presidente não pode ser surpreendido por algo que estava anunciado há 2 dias nas redes sociais. Lula, sem informação, bate na mesa e diz que se querem GLO, tem que disputar a eleição e ganhar”, acrescentou, citando falas recentes do presidente.