A polêmica em torno da escolha do influenciador Felipe Neto como protagonista da campanha do snack Bis, anunciada em outubro, levou a Mondelez Brasil, detentora de marcas como Lacta, a ajustar seu critério de seleção de garotos-propaganda. A empresa agora adotará maior rigor na escolha de influenciadores e artistas para suas ações de marketing, incorporando uma pesquisa de reputação antes da formalização dos contratos.
De acordo com informações obtidas pelo portal NaTelinha, os filtros incluirão a ausência de exposição pública de posições políticas e ideológicas, ausência de envolvimento em polêmicas relacionadas a racismo ou qualquer forma de preconceito, e a não emissão de opiniões controversas. A quantidade de seguidores passa a ser apenas a primeira etapa na seleção.
Internamente, a análise é que o caso Felipe Neto causou danos à marca, com boicotes nas redes sociais de pessoas contrárias ao posicionamento político do influenciador.
Fontes do mercado publicitário indicam que a decisão da Mondelez reflete uma tendência que poderá ser adotada por outras empresas após a polêmica envolvendo a Bis. O NaTelinha procurou a Mondelez Brasil, mas a empresa não emitiu nenhum posicionamento sobre as mudanças.
Em outubro, o youtuber Felipe Neto, conhecido por sua postura crítica em relação a Jair Bolsonaro, tornou-se garoto-propaganda da Lacta, gerando um movimento de boicote às redes sociais com a hashtag #BISnuncamais.
O Brasil é o quarto maior mercado da Mondelez no mundo, com 10 mil colaboradores e 17 unidades. A receita da empresa atingiu US$ 31,5 bilhões entre janeiro e dezembro de 2022, conforme divulgado pela companhia. Seu portfólio inclui marcas como Trident, Chiclets, Halls, Lacta, Bis, Sonho de Valsa, Club Social, Oreo, Trakinas, Tang, Clight, Fresh, Royal e Philadelphia.