O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que abre caminho para punir veículos de comunicação por declarações de entrevistados.
Bolsonaro, atualmente inelegível devido a condenações na Justiça Eleitoral, esteve nesta quinta-feira (30) na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, onde participou de um evento com apoiadores. Em seu discurso, ele declarou: “Estamos juntos com a imprensa. Sempre estive com a imprensa, e a imprensa agora vai estar comigo.”
O ex-chefe do Executivo federal teve um mandato marcado por perseguições políticas e midiáticas, com ataques frequentes da imprensa contra ele, familiares, aliados políticos e, especialmente, sua base eleitoral, incluindo os apoiadores mais engajados, além de influenciadores e veículos de mídia alinhados. Ao longo dos quatro anos, Bolsonaro viu sua gestão ser alvo de bombardeios intensos por parte de diversos grupos de comunicação.
No entanto, em nenhum momento o presidente se posicionou efetivamente contra a imprensa. Apesar de seus embates com certos grupos de jornalistas e empresas específicas, como o Grupo Globo, Bolsonaro não implementou nenhuma medida que visasse a imprensa ou sua atuação. Pelo contrário, seu mandato foi marcado por ações que buscaram garantir as liberdades no país, incluindo liberdades individuais, de imprensa, de opinião e de livre atuação da internet, como as frequentemente ameaçadas redes sociais.
Ainda ao rechaçar a decisão do STF, Bolsonaro acrescentou: “Ontem [quarta], uma decisão de outro Poder, que não é o Legislativo, determinou que, se qualquer pessoa der uma entrevista e o jornal a publicar, e houver fake news ali, a imprensa será processada. Quem decidirá se é fake news ou não? Ninguém sabe, talvez alguém indicado por uma pessoa no poder. Esta pessoa sempre defendeu o controle social da mídia, sempre pregou a censura. Isso não é viável.”