Empresários expressam preocupação com o veto de Lula à desoneração da folha de pagamentos, alegando que isso gera insegurança para investimentos e resultará em demissões em massa em todo o país.
A Associação Nacional de Empresas de Transportes Urbanos prevê um aumento médio de 31 centavos em cada viagem de ônibus, caso o veto não seja derrubado pelo Congresso. Francisco Christovam, diretor executivo da NTU, destaca que o custo adicional de 7% na prestação do serviço será repassado para a tarifa.
Diversos setores afetados também se pronunciaram. Centrais sindicais afirmam que o veto coloca milhões de empregos em risco e incentiva a precarização no mercado de trabalho. A Câmara Brasileira da Indústria da Construção alerta para a insegurança jurídica, enquanto a Federação Nacional de Call Center e Infraestrutura de Redes aponta que 400 mil postos de trabalho podem ser extintos no setor em dois anos.
No Congresso, parlamentares sinalizam a intenção de derrubar o veto em uma sessão prevista para a próxima terça-feira (28).
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, destaca a importância de manter a desoneração para evitar movimentos que possam gerar desemprego no país. Em concordância, empresários dos 17 setores afetados expressam confiança de que o legislativo reverterá a decisão do governo com urgência.
O veto, recomendado pelo Ministério da Fazenda, foi adotado como medida para cumprir a meta fiscal, segundo Fernando Haddad.
Desde 2011, a desoneração permite que empresas de 17 setores substituam a contribuição previdenciária por uma alíquota sobre a receita bruta, beneficiando cerca de 140 mil habitantes até 2027.