A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou que pediu esclarecimentos às autoridades chinesas em relação ao aumento de casos de doenças respiratórias e agrupamentos de pneumonia entre crianças no país. Oficiais da Comissão Nacional de Saúde da China divulgaram uma alta nas doenças respiratórias durante uma coletiva de imprensa na semana passada, conforme comunicado pela OMS na última quarta-feira (22).
De acordo com a OMS, as autoridades chinesas atribuíram esse aumento à suspensão das restrições da Covid-19 e à circulação de patógenos conhecidos, como influenza, pneumonia por Mycoplasma pneumoniae (uma infecção bacteriana comum que geralmente afeta crianças mais jovens), vírus sincicial respiratório (VSR) e Sars-CoV-2 (o vírus causador da Covid-19).
A organização também destacou a existência de agrupamentos de casos de pneumonia pediátrica não diagnosticada no norte do país, embora não esteja claro se esses casos estão relacionados às infecções respiratórias. Durante a pandemia, a China manteve sua política conhecida como “Covid zero”, caracterizada por lockdowns rigorosos, por vezes marcados pelo uso de medidas estatais violentas, e quarentenas rigorosas, além de testes em larga escala e rastreamento de contatos.
Relatos da mídia internacional indicam “um surto generalizado de uma doença respiratória não diagnosticada em várias áreas da China”, de acordo com o Programa de Monitoramento de Doenças Emergentes da Sociedade Internacional de Doenças Infecciosas, conhecido como ProMED. “Não está claro quando esse surto começou, pois seria incomum tantas crianças serem afetadas tão rapidamente”, mas os relatos de doença predominante em crianças sugerem “alguma exposição nas escolas”.
O ProMED declarou que está aguardando mais informações sobre a extensão do problema, mas é muito cedo para fazer projeções ou especulações. A OMS informou ter solicitado à China dados epidemiológicos e clínicos, resultados laboratoriais desses casos, detalhes sobre as tendências na circulação de patógenos e o impacto nos sistemas de saúde. O governo chinês ainda não se pronunciou.