Neste último domingo, 19 de novembro, o libertário Javier Milei alcançou um feito político extraordinário desde o retorno da democracia na Argentina, conquistando uma vitória avassaladora na eleição presidencial, com uma vantagem de 11,5 pontos sobre o esquerdista Sergio Massa e o peronismo. Liderando a Libertad Avanza (LLA), um partido anti-sistema que surgiu há apenas dois anos, Milei promete uma profunda reforma liberal para enfrentar a crise econômica que assola a Argentina.
O desfecho eleitoral surpreendente antecipa um impacto sem precedentes no cenário político, considerando o fato de que a coalizão que apoiará o futuro presidente ainda está em formação, mas que deve contar com nomes de peso da política argentina. Parte do Pro se envolveu ativamente no encerramento da campanha, e várias conversas estão em curso para fortalecer uma força que parte de uma minoria dominante nas duas câmaras do Congresso.
Ao proclamar sua vitória, Milei afirmou: “Boa noite a todos os argentinos de bem. Hoje começa a reconstrução da Argentina”. A LLA venceu em 21 das 24 províncias, incluindo o bastião kirchnerista de Buenos Aires, consolidando a ascensão meteórica do economista de 53 anos.
Em seu discurso, Milei destacou a gravidade da situação argentina, externando a necessidade de mudanças drásticas e rejeitando a abordagem gradualista. Comprometeu-se a um governo limitado, respeito à propriedade privada e livre comércio, delineando as premissas de sua futura administração.
Após receber os parabéns de Sergio Massa, Milei iniciou os preparativos para a transição de três semanas, visando construir um novo governo sobre os desequilíbrios econômicos que marcaram o fracasso da frente peronista. Em relação à transição, Milei afirmou: “Eu digo ao Governo para assumir a sua responsabilidade para chegar ao final do mandato, que é o 10 do 12 [10 de dezembro]”.
Em seus discursos, Milei expressou gratidão a Mauricio Macri e Patricia Bullrich pelo apoio recebido no último mês, enquanto Massa anunciou o término de uma etapa em sua vida política, comprometendo-se a continuar defendendo valores como trabalho, educação pública, indústria nacional e federalismo.
A derrota massiva surpreendeu a União pela Pátria, que já vislumbrava uma possível derrota ao longo da última semana, quando Massa intensificou seus ataques às ideias extremas de Milei. No entanto, não estava nos planos da esquerda de que a derrota seria tão expressiva. A diferença de dois dígitos abalou o ânimo da primeira linha do massismo.