No Brasil, muito se fala sobre democracia, garantias fundamentais, direitos humanos e o Estado Democrático de Direito. No entanto, nota-se que essas expressões permanecem em grande parte como teorias distantes da prática.
O Conexão Política é um exemplo claro da democracia relativa que prevalece no Brasil no século 21. Desde sua fundação em 2016, este veículo de notícias online tem enfrentado perseguições e restrições.
Inicialmente, os ataques partiram dos próprios meios de comunicação da chamada ‘grande mídia’, que se sentiram incomodados com nosso crescimento e expansão e nos acusaram de maneira persecutória devido à nossa atuação jornalística.
Em seguida, em conjunto com os principais veículos de comunicação, este jornal digital passou a ser alvo do Legislativo, com deputados e senadores questionando nossas atividades, embora sempre tenhamos seguido princípios de liberdade editorial para realizar jornalismo.
Em 2021, mais uma investida contra o Conexão Política: aliados de Lula no Congresso, como Randolfe Rodrigues (Sem partido-AP), em especial os senadores Humberto Costa (PT-PE) e Renan Calheiros (MDB-AL), pediram a quebra de todos os nossos sigilos, incluindo bancários, fiscais, telefônicos e telemáticos, sob alegação de supostas irregularidades em nossas atividades.
Após meses de investigação, a ação foi arquivada devido à falta de provas. Deputados e senadores não encontraram irregularidades no Conexão Política e, portanto, não continuaram suas investidas contra este veículo.
Por que esses pontos foram explicados acima? Simples: o Brasil se tornou um país onde a democracia tem se tornado cada vez mais relativa e a segurança jurídica está sendo violada diariamente. A liberdade de expressão na prática está em risco, com diferentes poderes buscando desestabilizar quem expressa qualquer posição contrária.
Em um caso mais recente, o ministro das Comunicações do governo de Lula, Paulo Pimenta, que chefia uma das pastas mais importantes do Planalto, a Secom, criticou publicamente um jornalista por suas opiniões sobre a guerra em Israel. A manifestação era um exercício legítimo de seu direito à liberdade de expressão, conforme garantido pela Constituição Federal.
Curiosamente, o jornalista se retratou após a exposição feita pelo ministro de Lula. Em um tom de pedido de perdão, o jornalista expressou desculpas e disse que suas declarações foram infelizes. Além disso, a própria emissora reforçou nas redes sociais o pedido de desculpas do comentarista.
Diante de tamanho constrangimento, o debate sobre a liberdade de expressão volta a ser questionado. Existe de fato democracia e espaço para o contraditório no país, ou apenas aqueles que concordam com o governo podem atuar no Brasil?
Quanto a nós, do Conexão Política, jornalismo bom é jornalismo que não pede perdão ao governo. Assim somos e é assim que continuaremos exercendo o nosso trabalho.