O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), voltou a fazer um discurso com tom político. Recentemente, em Paris, ele externou a mesma entonação.
Ao discursar sobre desigualdade social e a violência no Brasil, o magistrado disse que há muitos desafios ainda. “São desafios de enfrentamento à pobreza extrema. Ainda temos 30% da população brasileira em insegurança alimentar, e, portanto, estamos falando de 60 milhões de pessoas”, afirmou.
Barroso, que tem um salário mensal acima de R$ 40 mil reais, disse que o país tem “problemas dramáticos de uma desigualdade abissal que nos envergonha”.
“Segundo o Oxfan”, disse ele, “as seis pessoas mais ricas do Brasil têm a riqueza de metade da população, seis pessoas têm a riqueza de 100 milhões de pessoas”, citou. “Tem alguma coisa errada nesse modelo que nós precisamos enfrentar”, emendou.
Ainda durante a fala, Barroso falou apontou para os índices de violência urbana e rural no Brasil, que “superam a violência dos países em guerra”. Ao encerrar a fala, ele também reforçou o tom político. “Precisamos enfrentar isso”, concluiu.
Em 13 de outubro, Barroso fez uma palestra no Fórum Internacional Esfera Brasil, realizado em Paris, que também foi visto como fala de teor político. O ex-presidente da França, inclusive, chegou a dizer que o presidente do Supremo já estava pronto para ser presidente do Brasil, depois de um longo discurso do ministro sobre a atuação do STF em temas ligados ao Legislativo, mudanças climáticas e desigualdades sociais. Na avaliação de Nicolas Sarkozy, o magistrado fez um “discurso de orientação política, muito mais do que um discurso de orientação jurídica”.