Com a incerteza sobre o próximo presidente da Argentina, que será decidido no segundo turno em 19 de novembro, há várias especulações sobre como a vitória de um dos candidatos pode impactar a economia brasileira.
O Brasil exporta significativamente para a Argentina, já que é seu terceiro maior destino de exportações. Nos primeiros nove meses deste ano, 5,4% do total das exportações brasileiras, no valor de US$ 13,6 bilhões, foram para a Argentina.
Especialistas acreditam que esse volume de exportações pode diminuir, dependendo das políticas econômicas adotadas pelo novo presidente argentino. Os candidatos que disputam o segundo turno são Sergio Massa (Unión por la Patria) e Javier Milei (La Libertad Avanza), e o vencedor enfrentará o desafio de lidar com a severa crise econômica que o país enfrenta, a pior em mais de 30 anos.
O ministro da Fazenda do Brasil, Fernando Haddad, expressou sua preocupação com as eleições na Argentina e destacou que o resultado “terá implicações significativas” para o Brasil, especialmente em relação ao Mercosul e aos acordos comerciais com a Europa.
Apesar de ser um importante parceiro comercial, a participação da Argentina nas exportações do Brasil tem diminuído nos últimos anos, caindo 15% em uma década, de US$ 18 bilhões em 2012 para US$ 15,3 bilhões em 2022. O cenário econômico na Argentina é marcado por instabilidade, com aumento da pobreza, inflação elevada acima de 130% ao ano e desvalorização do peso argentino, com o Banco Central emitindo mais moeda para cobrir despesas públicas.