Patricia Bullrich, a ex-ministra de Segurança da Argentina, surge como a candidata do ex-governista na corrida presidencial do país, liderando a coalizão Juntos por el Cambio (Juntos pela Mudança), nas eleições gerais deste domingo (22).
Bullrich, enquadrada pelo cenário argentino como centro-direita, integra o partido PRO (Proposta Republicana), vinculado ao ex-presidente Mauricio Macri. Aos 67 anos, ela possui formação em jornalismo e acumula um extenso currículo na política do país. Sua trajetória inclui atuação na Câmara dos Deputados e o exercício do cargo de ministra do Trabalho no governo de Fernando de La Rúa (1999-2001), além de ter liderado o Ministério de Segurança durante a gestão de Macri (2015-2019).
Natural de Buenos Aires, Bullrich provém de uma família aristocrática de tradição política, cujo bisavô Honorio Pueyrredón já foi um líder radical e ministro das Relações Exteriores. Durante sua adolescência, ela demonstrou interesse pelo peronismo, sendo influenciada por sua avó e se envolvendo com a Juventude Peronista (JP). Nessa época, chegou a ter ligação com a guerrilha de esquerda Montoneros, que tinha Rodolfo Galimberti, seu cunhado, como líder.
No entanto, ao longo dos anos, Bullrich declarou uma mudança de posição em relação a suas convicções políticas, abraçando ideias mais alinhadas ao pensamento liberal, o que a levou a ser identificada como centro-direita, afastando-se da extrema esquerda.
Quando se trata de questões sociais, que frequentemente envolvem um posicionamento ideológico, Bullrich diz manter uma abordagem mais flexível, tendo se posicionado a favor da legalização do aborto em determinado momento, mas contrária à legalização das drogas em outra ocasião.
Entrevistada pelo canal de TV do jornal La Nacion a respeito de temas econômicos, Bullrich revelou seu apoio ao bimonetarismo, um sistema de duas moedas em uso no país, uma para transações e outra para investimentos. Além disso, ela externa ser favorável à autonomia do Banco Central para tomar decisões econômicas e do incentivo à livre circulação do dólar, buscando eliminar as restrições cambiais para estimular investimentos nacionais e estrangeiros. A redução de tributos está entre suas propostas, assim como reformas trabalhistas e fiscais, de modo a enfrentar a grave crise econômica argentina. No campo jurídico, Bullrich defende a redução da maioridade penal, visto que, atualmente, menores de 16 anos não podem ser presos no país.
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