A ONG Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) se viu no centro de uma polêmica após a divulgação de informações apontando que, em 2022, recebeu cerca de R$ 35 milhões provenientes do Fundo Amazônia, destinando grande parte desse montante, aproximadamente R$ 24 milhões, a consultorias, despesas de viagens e pagamento de funcionários. Os principais financiadores do Fundo Amazônia são a Alemanha e a Noruega.
Essas revelações surgem a partir de documentos fornecidos à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das ONGs, que conduz investigações relacionadas ao terceiro setor. André Guimarães, diretor-executivo do Ipam, prestou depoimento perante a CPI e ressaltou que Marina Silva, ex-ministra do Meio Ambiente durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, desempenha o papel de conselheira honorária da ONG.
Guimarães enfatizou a importância da atuação do Ipam, mencionando que produziram mais de 1.2 mil artigos científicos, publicados em diversas revistas de renome mundial. E ainda, que o Ipam contribuiu com uma vasta biblioteca de dados sobre a Amazônia, acessível gratuitamente a todo o público global. Essas pesquisas, de acordo com ele, geraram políticas públicas, abordando os desafios e soluções para a região.
Entretanto, a CPI das ONGs levantou questionamentos sobre a conduta de Marina Silva, acusando-a de supostamente favorecer as ONGs ao facilitar a alocação de recursos provenientes do Fundo Amazônia para essas organizações.
Além disso, Marina faz parte do Comitê Orientador do Fundo Amazônia, o que tem gerado dúvidas sobre possíveis ‘relações promíscuas’ —termo usado por parlamentares— entre as ONGs e membros do governo Lula. Marcio Bittar, relator da CPI, e Plínio Valério, presidente da comissão, expressaram suas preocupações com essa suposta proximidade inadequada entre as ONGs e integrantes do governo federal.