Imagem: Daniel Ramalho | AFP
A campanha do candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, entrou nesta quarta-feira com um pedido no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para garantir que o petista seja entrevistado pela TV Globo no horário previsto para que a emissora realizasse o debate com o adversário dele no segundo turno, o líder das pesquisas de intenção de voto, Jair Bolsonaro (PSL).
A campanha do petista alega que a posição da Globo de cancelar o debate após o não comparecimento de Bolsonaro “não coaduna com o interesse público e, principalmente, com a lisura e rigidez do processo eleitoral verdadeiramente democrático”.
Segundo integrantes da campanha petista, a ideia é forçar que o adversário reveja estratégia de faltar ao confronto. A movimentação, no entanto, também é um instrumento de pressão sobre a própria emissora que já anunciou que não vai entrevistar o candidato do PT.
O partido afirma que a Resolução nº 23.551/17, do próprio tribunal, prevê que “o horário designado para a realização de debate poderá ser destinado à entrevista de candidato, caso apenas este tenha comparecido ao evento”.
Segundo a coligação de Haddad:
“Com esse cancelamento, excelências, será a primeira vez desde a redemocratização que não haverá debates presidenciais no segundo turno. Ou seja, após o fim da censura que era imposta pelo regime militar, será esta a única oportunidade em que o eleitorado não poderá ver e ouvir os candidatos pondo em contraposição os seus projetos de país, dificultando-se a promoção de uma análise comparativa dos debates sincera”.
“Em outras palavras, apesar de haver a liberalidade de um player não participar do debate, isto não pode significar a ausência de sua realização, sob pena de deixar o espaço político, próprio deste evento tradicional, vazio e, por conseguinte, prejudicado o processo de escolha do próximo Presidente da República”, reforça.
A defesa de Haddad pede a concessão de uma liminar para garantir o direito do petista de ser entrevistado no horário previsto pela emissora para o debate.
Bolsonaro – alvo de uma tentativa de assassinato no início do mês passado — participou de dois debates em toda a corrida eleitoral, que ocorreram ainda no primeiro turno. Recentemente, a equipe médica que o atende permitiu que ele participasse de debates, mas ele decidiu não comparecer a esse tipo de evento, por questão estratégica e de segurança.