O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) desencadeou uma série de protestos na última segunda-feira (16) em diversas capitais do Brasil, incluindo São Paulo, Porto Alegre, Curitiba e Rio de Janeiro.
Os manifestantes se reuniram diante das sedes regionais de órgãos como o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), demandando maior agilidade por parte do governo Lula na distribuição de terras e um aumento nos recursos destinados a essa finalidade.
Em uma declaração publicada em seu site oficial, o MST destacou a “lentidão, falta de orçamento e incapacidade” da administração petista, enfatizando que a reforma agrária é uma bandeira histórica da esquerda no país.
A relação entre o governo e o movimento tem sido marcada por tensões constantes desde o início do ano, com um aumento no número de invasões de terras, particularmente durante o chamado ‘Abril Vermelho’, uma série anual de manifestações organizada pelo MST, e pressões contínuas por parte de setores do agronegócio e da oposição.
“Não houve até o momento qualquer política de assentamento no estado de São Paulo, nem alocação de recursos ou contratos de compra de alimentos por meio do governo via Conab, o que tem gerado descontentamento em nossa base social que trabalhou incansavelmente em todo o território nacional para eleger este governo”, destacou outro trecho da declaração.
O MST está exigindo também uma resposta ‘imediata’ do governo para as 65 mil famílias acampadas no país, com a realização de cadastros e o compromisso de distribuição de terras, além de crédito para 300 mil famílias já assentadas. O movimento também solicita recursos para viabilizar a reforma agrária e acordos com os governos estaduais nas áreas públicas, federais e devolutas, buscando um incremento de R$ 500 milhões.