A possibilidade de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nomear o ministro da Justiça, Flávio Dino, para o Supremo Tribunal Federal (STF) desencadeou uma série de especulações em Brasília (DF) sobre quem poderia sucedê-lo em uma das pastas mais cruciais do governo federal.
Em meio à demanda por maior representatividade feminina nos órgãos de poder, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, começou a ser mencionada nos bastidores como uma possível candidata à pasta de Dino. No entanto, ela própria já informou a interlocutores que pretende permanecer à frente do partido.
Com a falta de uma figura clara para substituí-la na presidência do PT, a eventual sucessão de Flávio Dino ficou ainda mais incerta, embora a indicação dele para o STF ainda não esteja confirmada e continue sendo um tema recorrente nas conversas não públicas na capital federal.
Gleisi, uma advogada que atualmente exerce o cargo de deputada federal pelo estado do Paraná, tem mandato como presidente do PT até o final do próximo ano e planeja se concentrar nas campanhas das eleições municipais durante esse período.
A indefinição sobre um sucessor para Gleisi na direção do PT também foi uma das razões pelas quais Lula optou por não incluí-la em nenhum ministério neste terceiro mandato. Os petistas esperam que ela possa assumir uma pasta do governo a partir de 2025, ou seja, na segunda metade do mandato presidencial.
Nos bastidores, membros da equipe de Lula enfatizam a importância de aumentar a representatividade feminina na Esplanada dos Ministérios, especialmente se Dino for indicado para o STF. No entanto, todos reconhecem que não há um sucessor óbvio para o Ministério da Justiça, caso sua nomeação se concretize.
Apesar de ter sido eleito com a agenda da “igualdade de gênero”, desde o início do ano Lula já mandou embora duas ministras, trocando-as por homens. Caso se confirme a nomeação de outro homem para ocupar a vaga de Rosa Weber no STF, a Suprema Corte ficaria com apenas uma ministra: Cármen Lúcia.