Diante da tentativa de recuperar terreno na corrida eleitoral, o governo argentino está adotando uma série de medidas econômicas de cunho populista. A atual administração tem até o dia 26 de setembro para anunciar medidas que possam impactar a campanha presidencial do ministro da Economia, Sergio Massa, que é o candidato do governo.
Nesta semana, a Casa Rosada revelou a isenção do Imposto de Renda (IR) para milhões de trabalhadores que ganham até R$ 25 mil por mês, conforme informado pelo ministro e candidato. Sua equipe também está se empenhando em criar mecanismos de financiamento bancário em um país onde o acesso a crédito para pessoas físicas e jurídicas é praticamente nulo.
De acordo com especialistas políticos, as pesquisas recentes indicam que o candidato presidencial de direita, o economista Javier Milei, continua liderando em todas as projeções, com reais chances de vencer no primeiro turno, programado para o dia 22 de outubro. Para obter a vitória no primeiro turno na Argentina, um candidato deve conquistar 45% dos votos ou 40% com uma vantagem de pelo menos dez pontos percentuais em relação ao segundo colocado.
As recentes medidas de isenção do IR anunciadas por Massa beneficiarão aqueles que recebem menos de 1,7 milhão de pesos (aproximadamente R$ 25 mil) por mês. Atualmente, o limite para a isenção de tributação de IR é de 700 mil pesos (R$ 9,9 mil). Com a nova margem, apenas 90 mil profissionais em todo o país serão responsáveis por pagar o imposto. Esse número representa menos de 1% do total de trabalhadores formalmente registrados na Argentina, que enfrenta uma taxa de informalidade superior a 50%.
As medidas anunciadas pelo ministro somam-se a outras iniciativas, como o aumento dos salários dos servidores públicos e aposentadorias, todas visando fortalecer uma candidatura que, embora ainda apresente chances de chegar ao segundo turno, enfrentaria dificuldades consideráveis em uma eventual disputa contra o candidato de direita.