Na tarde desta terça-feira (12), João Guilherme Silva, o filho de Faustão, de 19 anos, foi até Brasília (DF) para conversar com deputados e senadores para defender uma alteração na legislação brasileira sobre doação de órgãos.
No mês passado, o apresentador de 73 anos passou por uma cirurgia de transplante de coração. Ele ficou internado por mais de um mês no Hospital Albert Einstein depois de apresentar um grave quadro de insuficiência cardíaca.
Ao portal UOL, Faustão afirmou que terá como missão motivar a doação de órgãos no país. “Precisamos fazer alguma coisa para melhorar isso, e pensarmos nos próximos. Precisamos usar a fé na doação. Se eu não tivesse fé, não estaria vivo”, disse.
A ideia de levar a proposta adiante foi iniciada nesta semana, com João Guilherme pousando na capital federal, conforme relatou em um vídeo divulgado no Instagram. “Viemos aqui por uma causa muito bacana em relação à doação de órgãos. Viemos aqui tentar mudar essa legislação”, declarou.
O também apresentador, que recentemente ganhou um programa aos sábados na Band, disse que vai conversar com deputados e senadores sobre a possibilidade da doação presumida ser estabelecida no Brasil.
“Ou, seja, todo mundo é doador até que a pessoa decida — na verdade, que se ela quiser não ser doadora, que se pronuncie. Até o contrário, todo mundo é doador. Vamos tentar mudar a história do Brasil e que todas as pessoas que estão na fila hoje consigam um órgão mais rápido”, emendou
A doação presumida reconhece que todo cidadão é um doador de órgãos em potencial. A pessoa que não deseja doar após a morte teria de deixar a informação registrada em algum documento oficial.
Atualmente, o Brasil adota o modelo da doação consentida. A família do paciente — ou a própria pessoa, em casos de doadores vivos — necessita permitir formalmente a retirada do órgão para um possível transplante.
A sugestão dada pela família de Faustão, no entanto, está gerando debate nas redes sociais. A polêmica surge da maneira como o filho tem encarado a questão e a proposta de tornar todos os brasileiros doadores por lei, a menos que expressem oficialmente sua objeção.
Reações nas redes
Nas rede social X, antigo Twitter, internautas passaram a questionar a questão, considerando que os riscos de tráfico de órgãos poderia aumentar, além de a medida eventualmente beneficiar apenas os mais favorecidos economicamente.
“A ideia do filho do Faustão vai beneficiar só os ricos que vão furar a fila e conseguir órgãos rapidinho. Você entra com uma dor de barriga e sai em um saco plástico”, escreveu o internauta Ângelo Fellype.
“Até tentando ajudar as pessoas a elite brasileira é canalha e autoritária. O filho de Faustão tá tentando aprovar uma lei que automaticamente torna o Estado dono dos seus órgãos, a menos que você diga, em vida: não! Como se pobre tivesse voz o Brasil!”, argumentou o humorista Cassiús Ogro.
“Era só o que faltava… o filho aborrecente do Faustão tentando fazer o Estado ser dono do nosso corpo”, expressou outro internauta.
Outro usuário usou a China para manifestar sua desconfiança. “Querem entrar no mercado de tráfico de órgãos igual a China. Agora pergunta a quantidade de pessoas que já sumiram?”, indagou.