Ao discursar ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, durante a cerimônia de encerramento dos cursos de formação profissional da Polícia Federal (PF), o ministro da Justiça, Flávio Dino, condenou a atuação da corporação em governos passados.
De acordo com ele, agora a PF está a serviço das “causas” do petista, do Brasil.
“Essa Polícia Federal, hoje, toda ela, está a serviço de uma única causa, que é a sua causa, a causa do Brasil. Nós abolimos tentações satânicas de espetacularizações, de abusos, de forças-tarefas ilegais. Tudo isso ficou no passado. Hoje, nós temos uma polícia dedicada a servir a população”, disse Dino.
Também estiveram presentes na cerimônia, a primeira-dama, Janja, os ministros Luiz Marinho (Trabalho) e José Múcio (Defesa) e o comandante do Exército, general Tomás Ribeiro.
Nesta terça-feira (5), além dessa fala, o ministro também endossou um posicionamento de Lula sobre o fim do voto aberto dos magistrados do Supremo, impossibilitando o acesso ao posicionamento individual de cada ministro sobre os seus votos.
Como mostramos, professores de direito, advogados constitucionalistas e discentes consultados pelo Conexão Política argumentam que a proposta é uma violação direta da Constituição.
Entre outras coisas, conforme o jurista Victor Lucchesi, o sigilo fere o princípio da publicidade — um dos pilares fundamentais da democracia. O posicionamento do chefe do Executivo federal, diz ele, é uma combinação de ignorância e autoritarismo.
Mesmo enfrentando críticas, Dino deu sinal positivo para eventual tratativa do tema, sustentando que “em algum momento esse debate vai se colocar”.