Passados oito meses do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a Polícia Federal já tem sua mira voltada contra o alto escalão da atual gestão federal. Não se trata de investigações sobre supostos atos enquadrados como antidemocráticos, sobre eventuais fake news ou qualquer discurso apontado como odioso, mas de suspeitas de corrupção.
Assim como as quatro gestões presidenciais petistas foram marcadas por escândalos, com Lula e Dilma Rousseff à frente do Planalto do Planalto, a atual gestão já tem um nome em desdobramentos da PF.
Trata-se de Juscelino Filho (União Brasil), ministro das Comunicações, investigado por suspeita de participar de um esquema de desvio de recursos federais por meio de emendas parlamentares.
Há suspeitas de fraudes licitatórias, desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro de verbas federais encaminhadas à Codevasf — Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba.
A PF, segundo a Folha de S.Paulo, chegou a pedir para entrar no apartamento funcional do ministro e apreender equipamentos. Barroso, no entanto, negou.
No âmbito das investigações, os agentes dizem ter rastreado o desvio de emendas parlamentares para a pavimentação de asfalto em Vitorino Freire. A empresa responsável era a Construservice, contratada pela Codevasf quando Juscelino Filho era deputado federal.
A PF afirma que, se confirmadas as suspeitas, os alvos poderão responder por fraude em licitação, lavagem de capitais, organização criminosa, peculato, corrupção ativa e corrupção passiva.
Em nota, Juscelino negou estar envolvido em irregularidades e se disse aberto a esclarecimentos. Também em comunicado, a empreiteira investigada afirmou que vai colaborar com as autoridades.