O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta quarta-feira, 16, que há um crescimento de um populismo de extrema-direita em todo o mundo.
Segundo Moraes, essa onda política mina a democracia por dentro, e não de forma direta, como em um golpe de Estado. “O que nós estamos vendo já há pouco mais de uma década no mundo todo é um aumento dos ataques à democracia, com estratégias diversas do que ocorreu na década de 60, principalmente na América Latina. Estamos vendo um crescimento de um populismo baseado na ideologia de extrema-direita. Mas um populismo que, de forma, eu diria, inteligente, passou a atacar a democracia internamente”, declarou o ministro.
A fala ocorreu em um evento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) — intitulado de “democracia defensiva”. De acordo com o magistrado, as chamadas “milícias digitais” atuam divulgando desinformação sobre as instituições democráticas.
“É um populismo que verificou a incapacidade de um ataque externo à democracia, no sentido de romper formalmente com os ideais democráticos, e fez toda uma reconstrução, a partir da utilização basicamente das redes sociais, de milícias digitais, uma reconstrução estratégia para, com a desinformação, atacar as instituições democráticas e os mecanismos democráticos, por dentro, o que é extremamente perigoso”, prosseguiu.
O ministro disse que foi feita uma ‘lavagem cerebral’ para alvejar a democracia.
“A partir de toda uma construção feita com base em premissas falsas, a partir de uma forte construção nas redes sociais, houve uma verdadeira lavagem cerebral em grande parte da população para desacreditar instituições, para desacreditar a democracia.
Com isso, alegou Moraes, ‘salvadores da pátria populistas’ se colocariam como a solução.
“Mas não com o discurso, e esse é o perigo, de acabar com a democracia. Mas sim com um discurso de que os instrumentos democráticos, principalmente as eleições, não só esse discurso no Brasil, mas em vários países do mundo, estariam sendo fraudados e se o mecanismo estaria sendo fraudado, o resultado, consequentemente, seria uma fraude, e a democracia estaria em risco. Consequentemente, só aqueles salvadores da pátria populistas poderiam salvar a democracia”, acrescentou.