O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem mostrado relutância em ceder à pressão do Centrão para realizar mudanças no comando dos Correios. O União Brasil tem insistido na troca da direção da estatal, defendendo que um novo nome seja indicado pela legenda.
Atualmente, a presidência da empresa pública está sendo exercida por Fabiano Silva, um nome de confiança do PT e membro do Grupo Prerrogativas, uma coalizão de advogados de tendência esquerdista.
Fontes do Palácio do Planalto garantem que o governo federal busca evitar ceder ainda mais espaço ao União Brasil no Ministério das Comunicações. Isso se deve ao fato de os Correios estarem vinculados a essa pasta, que atualmente é liderada por Juscelino Filho, membro do referido partido.
No mês de abril deste ano, o governo retirou a empresa do programa de desestatização, revertendo o processo de privatização que havia sido iniciado na gestão de Jair Bolsonaro (PL). De acordo com pessoas próximas a Lula, o PT tem tratado os Correios com cautela, a fim de evitar um novo escândalo de corrupção durante o atual mandato.
Durante os governos anteriores do partido, os Correios e seu fundo de pensão foram palco de diversos casos de corrupção, o que deu início ao famoso caso do Mensalão, envolvendo a compra de apoio político no Congresso Nacional.