Uma adolescente de 16 anos, que estava internada em um hospital privado em Campinas, faleceu na noite de terça-feira, 13, segundo a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. Ela estava presente em um evento realizado em uma fazenda no município, onde foi identificado um surto da doença, após três mortes.
A Secretaria Municipal da Saúde de Campinas informou que a jovem foi internada em 9 de junho com suspeita de febre maculosa, dengue, leptospirose ou meningite. A família só relatou a participação no evento da Fazenda Santa Margarida nesta terça-feira, 13 de junho, após a repercussão na mídia. O material coletado está sendo analisado pelo Instituto Adolfo Lutz, e a causa da doença ainda não foi confirmada, de acordo com a pasta.
Na sequência, o Instituto Adolfo Lutz confirmou que as mortes de três pessoas, um homem e duas mulheres, que estiveram no evento realizado em 27 de maio, foram causadas por febre maculosa, uma infecção transmitida pelo carrapato-estrela contaminado pela bactéria Rickettsia rickettsii.
Uma das vítimas foi Douglas Costa, empresário e piloto do Campeonato Paulista de Automobilismo (C300 Cup), de 42 anos, que faleceu na última quinta-feira, 8. Ele e sua namorada, uma dentista de 36 anos que residia na capital, participaram do evento na Fazenda Santa Margarida e apresentaram febre, dores e manchas pelo corpo.
Segundo a prefeitura de Jundiaí, cidade onde Costa morava, ele foi internado em um hospital particular no dia 7, e os médicos suspeitavam de dengue, leptospirose ou febre maculosa. No dia seguinte, ele faleceu. A namorada do piloto, de 36 anos, também faleceu no mesmo dia.
A prefeitura de Campinas confirmou a morte de uma mulher de 28 anos, residente em Hortolândia, que também esteve presente no evento e faleceu no dia 8.
A fazenda foi notificada sobre a importância de sinalizar o risco da febre maculosa. Essa informação é crucial para que as pessoas adotem comportamentos seguros ao frequentar esses locais e, caso apresentem sinais e sintomas, informem seus médicos para facilitar o diagnóstico. Equipes do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) verificarão a infestação de carrapatos na área nos próximos dias.
A Secretaria de Estado da Saúde registrou 12 casos da doença, incluindo seis mortes, neste ano. No ano passado, em todo o estado, foram relatados 53 casos com 37 óbitos confirmados.
A febre maculosa é causada por carrapatos infectados pela bactéria Rickettsia rickettsii e seu principal sintoma é a febre alta, o que geralmente leva a confusões com outras doenças. A transmissão ocorre após o carrapato permanecer fixado no corpo.
A região de Campinas, Assis, as áreas periféricas da região metropolitana de São Paulo e o litoral paulista são locais onde a doença é detectada, mas a maioria dos casos está concentrada em Campinas e Piracicaba.
A secretaria recomenda que pessoas que residem ou se deslocam para áreas de transmissão estejam atentas aos primeiros sinais de febre, dor no corpo, desânimo, náuseas, vômito, diarreia e dor abdominal. É importante buscar atendimento médico informando sobre a estadia nessas regiões, a fim de iniciar um tratamento precoce e evitar a progressão da doença. Para informações sobre as regiões com transmissão de febre maculosa em São Paulo, é possível consultar aqui.
O tratamento é feito com um tipo específico de antibiótico, que deve ser administrado dois a três dias após o surgimento dos sintomas e deve ser tomado por dez a 14 dias.