No mês de maio, cerca de 438 mil famílias que tiveram seus cadastros aprovados pelo Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) não receberam o benefício do Bolsa Família. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
Esse número de pessoas ainda em espera contraria as declarações e promessas do governo, que relançou o programa em março e prometeu eliminar a fila, especialmente devido ao aporte de R$ 70 bilhões aprovados pelo Congresso, além dos R$ 105 bilhões já previstos no Orçamento inicialmente.
Conforme o governo federal, em janeiro havia uma fila de 498 mil famílias na espera do Auxílio Brasil. Em março, esse passivo foi zerado, mas, apenas dois meses depois, voltou praticamente ao mesmo patamar de janeiro.
Uma família entra na lista de espera quando já teve seus documentos analisados e aprovados pelo MDS, ou seja, ela atende a todos os requisitos e está apta a receber o benefício. Em resposta à Folha, o MDS, comandado pelo ministro Wellington Dias, não esclareceu os motivos da fila e informou apenas que o prazo médio para inclusão de novos beneficiários no Bolsa Família é de 70 dias, ou seja, mais de dois meses. Para famílias consideradas “vulneráveis”, como indígenas, quilombolas e resgatados de situação análoga à escravidão, o prazo é de 45 dias.
No final de abril, conforme mostrou o Conexão Política, o Bolsa Família foi bloqueado em Salvador. A suspensão levou milhares de beneficiários a se aglomerarem na capital baiana para descobrir o motivo da restrição.
Ao falar sobre as inconsistências, o MDS justificou o bloqueio de 1,2 milhão de pessoas ao identificar um aumento significativo no cadastro de famílias unipessoais em 2022. Isso gerou suspeitas de que grande parte desses novos cadastros é resultado de informações falsas. Não houve apresentação de provas.