O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, foi questionado sobre a possibilidade de o Brasil aderir a uma moeda comum com outros países, como defende o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em sua fala, Campos Neto disse ser contrário à proposta.
“Eu sou muito contra. Quando você tem uma moeda que resulta da união de duas moedas, a interseção seria uma mistura da realidade de dois países, seria um mix da inflação de dois países”, afirmou ele em um evento do Valor Capital Group, nos Estados Unidos.
O chefe da autoridade monetária mencionou dois episódios em que houve tentativa do governo de se discutir a criação de uma moeda comum com a Argentina: “Em ambos os casos eu fui contra”, garantiu.
Em sua fala, Campos Neto respondeu a uma pergunta sobre a ideia de moeda comum entre membros do BRICS, bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. A ideia tem sido defendida pelo presidente Lula nos últimos meses.
“Sem a convergência dos indicadores macroeconômicos, é muito difícil de fazer isso. E mesmo com a convergência, isso se provou muito difícil e um longo processo”, explicou ele, citando como exemplo a União Europeia, que tem o euro.