A cassação do mandato do deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR) pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na noite de terça-feira, 16, traz preocupações em relação ao seu colega de trabalho da Operação Lava Jato, o senador Sérgio Moro (União Brasil-PR).
Informações obtidas pelo Conexão Política indicam que em Brasília há a expectativa de que Moro também perca seu mandato. Atualmente, está em andamento no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) um pedido de cassação do Partido Liberal (PL) baseado em supostas irregularidades nos gastos de campanha e a suspeita de caixa dois nas eleições do ano passado.
O pedido de cassação contra Moro foi apresentado pelo diretório paranaense do PL, a mesma sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro. A Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) corre em sigilo. O jornal Estadão teve acesso e registra que o PL aponta irregularidades no financiamento da campanha ao Senado. A informação foi confirmada pelo Conexão Política.
No início de novembro de 2022, o TRE-PR concedeu prazo para que Moro e seus suplentes, Luis Felipe Cunha e Ricardo Augusto Guerra, ambos do União Brasil, fornecessem esclarecimentos sobre os gastos de campanha considerados irregulares pelo órgão. As supostas inconsistências identificadas incluíam a não entrega dos relatórios financeiros de campanha dentro do prazo estabelecido, o recebimento de recursos de origem não identificada, a omissão de receitas e despesas eleitorais, doações não registradas na prestação parcial de contas e doações recebidas após as eleições.
Durante o período entre o pedido de esclarecimentos do TRE-PR e a manifestação de Moro, o PL-PR entrou com a Aije. A ação foi movida só depois que o senador declarou publicamente seu apoio à reeleição de Bolsonaro, inclusive acompanhando o então candidato em debates televisivos no segundo turno das eleições. O presidente nacional do partido, Valdemar Costa Neto, deu total aval para o processo.