Dom Jaime Spengler, presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), afirmou em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, divulgada no último sábado (06), que a Igreja Católica no país não deve seguir orientações políticas — nem de esquerda nem de direita — e que sua pauta deve se basear no Evangelho, a doutrina pregada pelo Novo Testamento da Bíblia. Spengler negou que a Igreja esteja dividida politicamente.
Há pouco tempo, a CNBB emitiu posições sobre o que chamou de “criminosa tragédia” dos indígenas yanomamis, além de falar sobre vacinação e um “modelo econômico cruel”. O arcebispo diz que a CNBB não pode se calar diante de situações em que a vida não é respeitada, independente de quem estiver no poder.
Na ocasião, Spengler abordou outros temas relacionados à política nacional. Ele nega ter dirigido a Bolsonaro a declaração feita em 2022 sobre quem propaga mentiras e assume um cargo público.
“Não colocaria aquela minha fala dirigida objetivamente a uma pessoa, mas a um contexto social que estávamos vivendo. E eu a repetiria no momento atual também, viu? É algo que está aí no cotidiano. A verdade abre horizontes. A mentira fecha”, externou.
O líder religioso também falou sobre sua declaração à rádio Vaticano, em 2018, quando mencionou o julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na 2ª instância. Ele diz que a “contradição jurídica” do caso preocupa a CNBB, questionando como, em um determinado momento, havia “tantos elementos que levavam necessariamente à condenação” de Lula, e depois de 2 ou 3 anos, esses mesmos elementos não foram “suficientemente avaliados”.