Com o aumento de câncer de garganta ao redor do mundo, ou orofaringe, o Global Cancer Observatory (GCO) atualizou os fatores de risco à doença. São eles: tabagismo, consumo excessivo de bebidas alcoólicas e, especialmente, a infecção por HPV — o papilomavírus humano, transmitido pelo sexo oral.
O câncer orofaríngeo cresceu nos últimos anos e tornou-se mais comum do que o câncer de colo do útero em países como EUA e Reino Unido.
Conforme dados da GLOBOCAN, cerca de 92 mil novos casos de câncer de orofaringe foram registrados no mundo em 2018, sendo 74 mil em homens e 18 mil em mulheres. Desses, havendo 51 mil óbitos pela doença, sendo 42 mil homens e 9 mil mulheres.
Um estudo aponta que pessoas com seis ou mais parceiros de sexo oral na vida têm 8,5 vezes mais chances de desenvolver câncer de orofaringe do que aqueles que não são adeptos da prática.
“A teoria predominante é que a maioria de nós contrai infecções por HPV e é capaz de eliminá-las completamente. No entanto, um pequeno número de pessoas não consegue se livrar da infecção, talvez devido a um defeito em um aspecto específico do sistema imunológico. Nesses pacientes, o vírus é capaz de se replicar continuamente e, com o tempo, se integra em posições aleatórias no DNA do hospedeiro, algumas das quais podem fazer com que as células hospedeiras se tornem cancerígenas”, diz Hisham Mehanna, professor do Institute of Cancer and Genomic Sciences, da Universidade de Birmingham.
Devido ao aumento nos casos, médicos têm defendido a vacinação contra o HPV em meninas e meninos como forma de diminuir a incidência da doença. No Brasil, o SUS oferta vacinas para adolescentes crianças e adolescentes entre 9 e 15 anos. O período de intervalo é de seis meses, totalizando duas doses.