Neste último domingo (9), o Twitter passou a adotar um novo selo para identificar mídias estatais na rede social. A marca foi adicionada aos perfis da BBC (British Broadcasting Corporation), do Reino Unido, e da rádio VOA (Voice of America), dos Estados Unidos.
O selo afirma que a conta é uma “mídia financiada pelo governo”. A medida tem provocado críticas da imprensa tradicional. A BBC disse que está “em contato com o Twitter para resolver esse problema o mais rápido possível”.
“A BBC é, e sempre foi, independente. Somos financiados pelo público britânico através da taxa de licença”, justificou a emissora britânica em uma nota de repúdio encaminhada à CNN.
A taxa de licença de TV cobrada pela BBC, conhecida como licence fee, é de 159 libras (cerca de R$ 1 mil). O pagamento anual é obrigatório para quem assiste ao vivo a qualquer programação por meio de um serviço de TV (aberta ou fechada) ou de streaming. O valor é definido pelo governo e repassado à emissora.
De acordo com a rede social. “mídia afiliada ao Estado é definida como veículos onde o Estado exerce controle sobre o conteúdo editorial por meio de recursos financeiros, pressões políticas diretas ou indiretas e/ou controle sobre a produção e distribuição”.
Na quinta (6), a rádio americana NPR (National Public Radio) anunciou que sairá da plataforma após receber o selo de mídia afiliada ao Estado. O presidente John Lansing repudiou a classificação como veículo estatal. “É inaceitável que o Twitter nos rotule desta maneira”, protestou.
Desde que comprou a Big Tech, em 2022, o bilionário Elon Musk alterou as políticas da plataforma e criou novos critérios para a obtenção do selo de verificação, que agora pode ter cores diferentes: cinza — governos e políticos; azul — usuários do Twitter Blue; e dourado — empresas ou perfis comerciais.
Na rede social, o Conexão Política possui o selo de verificação dourado, pois é uma empresa privada sem vínculos com o poder público brasileiro.